Por muitas vezes você pode ter se perguntado:
Como nasceu Poirot?
Bebê Poirot |
Nos primeiros anos da década de 1910, uma jovem enfermeira
inglesa encontrou um ônibus com refugiados belgas. Uma figura em especial
chamou sua atenção: um homenzinho com a cabeça em formato de ovo e um
bigodinho. Ficou fascinada por ele sem saber que, um dia, o mesmo aconteceria
com gerações de leitores. A moça chamava-se Agatha Christie (1890-1976), e
naquele dia ela encontrava a inspiração para criar um de seus mais famosos
detetives, Hercule Poirot.
Em parte por conta de um desafio lançado pela irmã, Agatha
começou a escrever O Misterioso Caso de Styles, romance de estreia de ambos.
Outros detetives surgiriam – Miss Marple, Tommy e Tuppence – mas nenhum seria tão
fortemente associado à Dama do Crime. Ex-policial, o detetive particular belga
tem como características o peculiar bigode e o uso consistente das “pequenas
células cinzentas”. É um homem baixinho, o que compensa com um grande ego. Sua
aparência quase excêntrica é reforçada a todo momento, assim como o incômodo
que sente ao ser confundido com um francês.
A relação dos dois se estendeu por 33 romances, uma peça e
mais de 50 contos. Em língua inglesa, Agatha só perde em número de vendas para
Shakespeare e, nos próximos meses, a L&PM relançará 30 de seus títulos,
incluindo um que ela escreveu sob o pseudônimo Mary Westmacott.
A morte de Poirot (planejada pela autora desde os anos
1940), só aconteceria em 1975, em Cai o Pano. Tão grande foi a comoção, que o personagem
ficcional ganhou um obituário no New York Times.
Quase 40 anos depois, Poirot protagonizará um novo romance,
desta vez escrito pela também britânica Sophie Hannah. A poeta é autora de seis
novelas policiais psicológicas publicadas em 27 países (três das quais sairão
no País pela Rocco). Nesta semana, a autora entregou sua novela, prevista para
setembro lá fora, e deu detalhes sobre como tomou para si o universo da Rainhado Crime – um projeto que tem apoio da família de Agatha.
“Nos meus livros, como nos de Christie, a trama é um
componente importante, e as perguntas, os interrogatórios, estão ali, mas não
pretendo introduzir uma maior profundidade psicológica aos protagonistas”,
afirmou a escritora à agência de notícias EFE. Aos 13 anos, foi um livro da
Dama que a inspirou a dedicar-se ao gênero.
Hannah diz que fez o possível para manter intacta a essência
das obras, e que o novo livro se passará em 1929, escolha que se justifica
porque, entre 1928 e 1932, Agatha não criou nenhuma história para o belga.
É preciso cautela para julgar uma obra que nem sequer foi
lançada, mas uma decisão pode ser especialmente polêmica: neste livro, não
encontraremos o capitão Hastings, melhor amigo e contraponto ficcional à
personalidade de Poirot. No lugar, estará um novato da Scotland Yard. A
escritora garante que ele conhece bem o detetive particular, o que lhe permitiu
“dar um enfoque orgânico”. É verdade que o assistente não está em todas as
histórias de Agatha (aparece especialmente nos contos e em menos de uma dezena
de romances), mas adaptações dos textos o tornaram famoso. Numa comparação
simplista, seria como ter Sherlock sem o dr. Watson.
Mesmo sem revelar detalhes da trama, Hannah disse que criou
um caso diferente daqueles que Poirot está habituado a resolver. Assim, espera
mostrar novos aspectos de sua personalidade “compatíveis com os escritos por
Agatha”. Ela admite que tomar para si um personagem tão bem definido tem seu
peso, mas diz que a pressão não é diferente da que sente quando escreve suas
próprias obras.
Um mistério a ser desvendado é se a autora continuará
escrevendo para Poirot no futuro. “Não depende de mim o número de romances que
farei, e não sei se a família e os leitores vão querer que eu continue.”
Fonte: www.estadao.com.br/noticias/arte-e-lazer,sophie-hannah-da-detalhes-sobre-recriacao-de-obra-de-agatha-christie,1127929,0.htm
Nunca li nada dela, mas parece ser uma pessoa que leva as coisas a sério, espero que ela não avacalhe com o Poirot, como alguns fizeram com Sherlock Holmes. Mas, independente do que seja, acho que muita gente (eu também) vai comprar, só para ver como é. Quanto a escrever mais sobre o Poirot, se o primeiro foi bom, acho que os próprios fãs vão querer.
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