sexta-feira, 19 de junho de 2015

Algumas Curiosidades sobre Marple & Poirot... A melhor dupla de detetives a trabalhar por conta própria!

Mediante às características dos mais famosos personagens da nossa Rainha do Crime, abordamos abaixo algumas curiosidades sobre eles. Boa Leitura!
 

TODOS TÊM NOME, ATÉ MISS MARPLE
É bonito dizer “Miss Marple”. É curto, ninguém esquece e está longe de ser um trava-línguas, mesmo para quem não conheça nada de inglês. Ao mesmo tempo, é perfeito para a personagem: na essência, esta detetive amadora é uma avó sem netos e com espírito de criança, uma mulher que se habituou a ver o que os outros não vêem e a fazer histórias com isso. O fato de conseguir descobrir assassinos no meio de cenários de crimes confusos não é escolha sua: Marple não consegue evitar.
Acrescente-se uma nota: se a tratássemos sempre pelo primeiro nome, Jane, certamente o resultado não seria o mesmo, não é?

ARMA SECRETA: INTELIGÊNCIA
Não há, no método de Jane Marple, nenhuma habilidade especial. Aliás, a verdade é que não existe método nenhum. O que Miss Marple tem – o que Agatha Christie lhe deu – é uma inteligência fora do vulgar. Dêem-lhe uma ponta de um véu que ela conseguirá revelar a peça inteira. Até porque uma das expressões mais óbvias desta clarividência acima da média está nos pequenos grandes nadas. Miss Marple, com toda a simpatia do mundo, faz a conversa e mantém o diálogo a correr. Os pormenores cotidianos que surgem nesses momentos bastam-lhe para descobrir o que parecia secreto.

PRIMEIRO OS CONTOS, DEPOIS O RESTO
Para Miss Marple, começou tudo nas revistas “The Royal Magazine” e “The Story-Teller Magazine”, a partir de 1927. Uma série de histórias que acabaram mal para uns quantos, que deviam ter prestado atenção aos detalhes; e que trouxeram a maior das sortes à investigadora sem carteira profissional: protagonizar um primeiro romance, “The Murder at the Vicarage”, de 1930, sobre um aldeão odiado por todos que aparece morto na igreja.

ACOMPANHADA SÓ QUANDO É PRECISO
Agatha Christie foi casada duas vezes e teve uma filha, Rosalind Hicks. Mas ao criar Miss Marple, fez as coisas de maneira diferente. Não lhe deu nenhum marido nem filhos. Aliás, família quase nem vê-la, a não ser o sobrinho, Raymond West, um escritor que, às primeiras aparições, ainda está a fazer o seu caminho e que, nas últimas, já aparece com algum reconhecimento. Há um tio, alguns primos, mas nada de muito próximo para a distrair do que mais lhe ocupava o tempo. Nunca trabalhou, mas não tem problemas financeiros e educação não lhe falta, das artes à anatomia.

SOLUÇÃO DE CRIMES NA TELEVISÃO
Houve dois grandes momentos de Miss Marple na televisão. O primeiro aconteceu entre 1984 e 1992. Joan Hickson protagonizou a produção da BBC e chegou a ser voz de alguns audiolivros com a mesma personagem. Em 2004, Marple regressou à televisão com o título “Agatha Christie’s Marple”. O papel principal foi atribuído a Geraldine McEwan, mas a atriz morreu em 2011, com 82 anos. A substituição surgiu com Julia McKenzie, a partir da quarta temporada. A série, da ITV, foi até à temporada seis (de 2013), para depois os direitos das adaptações de Agatha Christie serem comprados pela BBC.

AMIGAS PARA SEMPRE
Conta a história que AgathaChristie se inspirou, em parte, na vida da própria avó – e respetivas companhias – para criar a personalidade de Miss Marple. A autora afirmou em diferentes ocasiões que ambas tinham em comum o fato de esperarem quase sempre o pior das pessoas. Daí até chegarem a juízos de valor era preciso pouco. E tal como Jane Marple, também a avó Christie tinha a mania de acertar nas conclusões. Talvez daqui tenha surgido a preferência da “Rainha do Crime” por Miss Marple, sobretudo face a Poirot – ainda que tenha escrito mais histórias para o belga.

HERCULE DO PAI, POIROT MAIS OU MENOS
Agatha Christie tinha muita imaginação. E outra coisa que tinha era a mania das leituras. Era inevitável que, volta e meia, as duas se juntassem para criar uma outra coisa, diferente das originais. E por que esta matemática? Porque a escritora batizou este detetive belga partindo de dois outros personagens de ficção: Hercule Popeau, de Marie Belloc Lowndes, e Monsieur Poiret, de Frank Howel Evans. Juntando os dois, dá aquilo que já se sabe: Hercule Poirot, provavelmente o melhor nome de uma personagem para treinar o sotaque francês. Estão lá as curvas todas das vogais.

TODAS AS HISTÓRIAS MENOS UMA
Tal como não houve nenhum outro detetive privado como Poirot (e provavelmente vai tudo continuar assim), também não houve outro Hercule como David Suchet. Aliás, um sem o outro é coisa que não existe. O próprio disse, após o último episódio da série televisiva, que aquela era “a morte de um querido amigo”. Ligações sentimentais à parte, até os números ajudam a explicar isto: Suchet foi Poirot em todas as histórias escritas por Agatha Christie. Todas menos um pequeno conto. É esperar para ver o que acontece no futuro.

RESUMINDO POIROT
Tal como fez com Marple, AgathaChristie mostrou Poirot ao mundo com alguma idade logo a partir da primeira história. Se é para criar personagens que investigam crimes e encontram culpados, então que sejam criadas com alguma experiência. Família não é coisa que aqui importe muito. Hercule nasceu numa aldeia belga e teve como pais Jules-Louis e Godelieve Poirot, gente endinheirada e católica. Antes de ser detetive privado, foi policial. Já na reforma, dedicou-se ao trabalho no campo: nada de muito esforçado, sempre à procura do próximo meliante.

DO “ERA UMA VEZ” AO PONTO FINAL
Além de ser profissional encartado nas artes de descobrir malvados homicidas, Poirot é também mais antigo que Miss Marple nessas mesmas lidas. Tudo começou em 1920, com “The Mysterious Affair at Styles”. Poirot é um recém-chegado à Grã-Bretanha, depois de fugir da guerra no continente. Instala-se em casa de Emily Inglethorp, que o ajuda em tudo o que precisa. Pouco depois, Emily é encontrada morta. Vai daí, Hercule faz o que tem a fazer. Porque neste campeonato tudo tem de fazer sentido, a mesma casa acolhe a última das histórias com Poirot, “Cai o Pano”.

2+2=4, É FAZER AS CONTAS
Para Poirot, tudo tinha de estar bem engomado, o bigode no estilo, o chapéu onde tinha de ser. Na hora da investigação, a mesma coisa. Fugiu da guerra e instalou-se no campo inglês, mas nenhuma dessas transformações abalou as suas prioridades: ordem e método. E ambas as palavras deveriam sempre trabalhar em conjunto com as pistas, fundamentais para chegar a um final bem sucedido (muitas vezes, até escondendo algumas do seu ajudante Hastings).

UM MAL NECESSÁRIO
Poirot apareceu cedo na vida de Agatha Christie e foi essa a razão para que o caro Hercule tivesse sido o protagonista de quase o dobro das histórias de Jane Marple. Também por isso, foi público o cansaço da autora face ao detetive de bigodes. A própria chegou a descrevê-lo como “egocêntrico”. Ainda assim, continuou a dar-lhe histórias até 1975. Se o público gostava de ler Poirot, então que se fizesse segundo a vontade dos leitores – um sucesso que levou mesmo o “New York Times” a escrever o obituário do investigador. Agatha Christie morreria um ano depois, aos 85 anos.



Espero que tenho gostado!
Peço gentilmente que comentem, publiquem e compartilhem.

Abraço Forte e até a próxima!

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